terça-feira, 25 de setembro de 2012

Lazer e Mídia no Cotidiano das Culturas Juvenis

Por: Cássia Hack, Giovani De Lorenzi Pires
Licere - v.10 - n.1 - 2007


Resumo

O texto relata pesquisa sobre representações sociais a respeito de lazer e mídia no âmbito das culturas juvenis, tendo a sociologia da vida cotidiana como principal orientação teórico-metodológica. A abordagem do campo deu-se por meio de questionário, entrevistas coletivas, grupos focais e observação participante, com estudantes do ensino médio em uma escola pública de Cáceres/MT. Os registros do campo foram interpretados por análise de conteúdo e revelam: i) entrecruzamento das teorias geracionais e classistas (aspectos como classe, gênero, raça/etnia, etc.) nas culturas juvenis, ii) lazer é entendido como complexo e ambíguo, referido como uma característica do ser-jovem; iii) mídia ocupa lugar relevante, como possibilidade de fruição do tempo livre dos jovens. Por fim, destacam-se possibilidades de intervenção da Educação Física, tanto no âmbito das políticas públicas para a juventude e o lazer, quanto no campo pedagógico escolar, evenciando a importância da educação para a mídia e da educação para o lazer. PALAVRAS-CHAVE: lazer. Mídia. Juventude. Cotidiano. Educação Física. Escola.

LAZER COM E SEM CONSUMO

 

O lazer é uma forma de consumo que difere da dissipação. O lazer varia segundo as condições económicas dos povos e as épocas históricas. Consiste numa expansão de necessidades não primordiais, paralela à riqueza, que estabelece uma harmonia na sua satisfação e uma graduação com limites determinados. O desejo natural de desfrutar o lazer é um poderoso estímulo da actividade económica. Empregar os tempos livres em satisfazer novas necessidades ou em aperfeiçoar as já alcançadas não é mais do que seguir a via natural de melhorar o bem-estar. 






LAZER:
Na forma mais comum de entender o Lazer é um conjunto de ocupações às quais o indivíduo pode entregar-se de livre vontade, seja para repousar, seja para divertir-se, recrear-se e entreter-se, ou ainda, para desenvolver sua informação ou formação desinteressada, sua participação social voluntária ou sua livre capacidade criadora após livrar-se ou desembaraçar-se das obrigações profissionais, familiares e sociais." (Dumazedier, 1976, apud Oleias).
A palavra lazer deriva do latim licere, ou seja, "ser lícito", "ser permitido".
Poderíamos definir lazer, como uma forma de você utilizar seu tempo dedicando-se a uma atividade que você goste de fazer, o que não significa que seja sempre uma mesma atividade. Esta atividade pode ser uma entre tantas outras.
No campo da educação pode-se identificar as atividades de lazer como ações integradoras dos «Quatro pilares da educação», propostos por Delors:
  • Aprender a conhecer e a pensar
  • Aprender a fazer
  • Aprender a viver juntos
  • aprender a viver com os outros
  • Aprender a ser
RESUMO: Por ser o lazer, momento de vivências onde há possibilidade de liberação das tensões cotidianas e ao mesmo tempo, espaço criativo e questionador, surge a possibilidade de identificar a presença da droga neste espaço/tempo, como instrumento viabilizador destas atitudes. A presença das drogas nas mais diversas sociedades, comumente abordada através da perspectiva fisiológica e psicológica, não parece considerar o importante aspecto deste fenômeno, enquanto manifestação social e cultural. Através do olhar biopsicossocial, faz-se possível reavaliar tanto usuários  quanto o próprio uso da droga e tentar encontrar, mais do que respostas, um panorama  desta presença em nossa cultura.
PALAVRAS CHAVE: Atividades de Lazer. Comportamento de Procura de Droga.
Sociedades.


 


domingo, 23 de setembro de 2012

EXPRESSIVIDADE HUMANA




A expressão corporal
na Arte e na Vida

Nelly Laport
A Expressão Corporal é uma dessas formas de reação, de comportamento do ser vivo em sua relação com os outros seres, na intercomunicação não verbal e, portanto, anterior à própria existência da palavra. E, portanto, uma forma de comunicação. Entre os seres humanos, algumas atitudes, algumas expressões denotam claramente o estado de ânimo do indivíduo. Assim é que ombros caídos, cabeça pendente são sinais de desânimo, tanto quanto olhos brilhantes e faces coloridas costumam denotar vivacidade e disposição alegre. A prática da observação adquirida na própria vida de relação nos ensina a distinguir e interpretar cada uma dessas expressões. Mas há também as várias formas de andar, de estar de pé e de sentar-se. De falar, de gesticular, de olhar, de tonalidade da voz. Tudo que o ser humano realiza na realidade de todo o dia exige uma Expressão Corporal que pode denotar um especial estado de espírito.

Distinções

Através da Expressão Corporal consegue-se, a maioria das vezes, distinguir o sexo do indivíduo. Muitas vezes sua idade e, com alguma prática, a sua classe social. Tudo isto, é claro, não em suas nuances e minúcias, mas de uma forma bastante significativa e suficiente para nos ajudar a orientar a nossa própria conduta. A Expressão Corporal transcende os simples objetivos práticos da nossa vida de relação. Ela é resultado de toda uma interação, de um conjunto de ações e reações, do crescimento, do amadurecimento e da conscientização gradativa da pessoa em torno de seus objetivos, de sua forma de encarar a vida, da construção do seu caráter.

Significado

Estudá-la é, porém, uma forma de tomar conhecimento do seu significado, da sua importância, do lugar que ocupa no relacionamento de todo o dia. E se cada indivíduo, cada pessoa, assume no mundo um papel que lhe é deseignado pelos acontecimentos, pela posição do seu nascimento, pela própria adoção consciente, então, a Expressão Corporal é muito para que cada um assuma a sua própria personalidade. É por isso que, quando procuramos nos conscientizar do papel da Expressão Corporal, temos que primeiramente saber quem somos, o que somos, o que desejamos ser.

Desempenho

Em geral, não devemos nos preocupar em desempenhar um papel, a não ser que a nossa profissão seja justamente a de ator. O que precisamos é desempenhar o nosso papel, aquele que nos cabe por herança familiar, por escolha e pelo esforço que realizamos para ser ou para nos transformarmos em algo melhor. A partir da consciência de si mesmo, do papel que temos a desempenhar na vida e do desejo constante de aperfeiçoamento é que se pode tirar real proveito da Expressão Corporal.

Origem

No que diz respeito à Expressão Corporal no teatro, a sua função é importante e enriquecedora. Sua origem pode ser situada no proto-teatro, nas danças e representações rituais dos selvagens. A bem dizer, a Expressão Corporal no teatro precede mesmo à própria palavra, ao próprio diálogo. Os rituais dos quais nasceu o teatro, em muitos casos, dispensava a palavra. Mas, ao que sabemos, desde as primeiras manifestações do que hoje se chama teatro e que, de acordo com a tradição, tearia aparecido na Grécia, a Expressão Corporal sempre esteve presente na atuação dos atores, embora no teatro grego os personagens usassem máscaras, vestimentas características e coturnos destinados a aumentar a estatura dos atores. Além disso, utilizavam-se de instrumentos próprios para aumentar o volume da voz, sabendo-se que as representações eram feitas em recinto amplo e aberto. Essas práticas para facilitar a visão e a audição da platéia não podiam deixar de prejudicar as nuances da Expressão Corporal do ator, que teria de recorrer aos gestos largos e às expressões mais óbvias.

Demônio

Mais tarde, com os mimos e as pantomimas, que obtiveram enorme popularidade em Roma, a Expressão Corporal atingiu grandes virtualidades. A queda do Império Romano e o advento do cristianismo provocou a perseguição aos atores, principalmente os mímicos, que eram considerados instrumentos do demônio. A Expressão Corporal voltou à cena com os funâmbulos, saltimbancos e histriões, reaparecidos na Idade Média e atingiu novo auge com a Commedia dell' Arte. Goldoni e Molière foram os continuadores mais importantes das conquistas cênicas da Commedia dell' Arte. O ator tornara-se novamente um profissional, tolerado mas ainda não muito benquisto pela sociedade. O próprio Molière, quando de sua morte, teve seu sepultamento impedido em cemitério cristão.

Evolução

A Expressão Corporal continuava sua evolução através do modo de atuação dos atores, com suas características próprias no Classicismo de Racine, requinte para aristocratas; no teatro de Shakespeare, ecumênico socialmente, pois tanto era levado na corte para a própria rainha, quanto para a plebe no Teatro Globo. Mas na Inglaterra da época ainda não se aceitava a mulher como atriz. Assim, as Julietas, as Desdêmonas e as Ladies Macbeth eram interpretadas por homens.

Conquista

Depois a lenta conquista de um status para a profissão e a evolução dos gêneros com Beaumarchais, Schiller, Victor Hugo e o Romantismo, e a teorização do desempenho em "Paradoxos sobre o ator", de Diderot. Em 1837, o ator brasileiro João Caetano, em suas "Lições Dramáticas", chama a atenção para a importância da Expressão Corporal: "Ninguém poderá dizer bem o papel que estudou sem que de antemão tenha aprendido todas as dificuldades do gesto". E continua com uma série de observações sobre o uso do corpo como auxiliar da expressão dramática que, até certo ponto, podem ser consideradas surpreendentes na data em que foram feitas. Pois, André Antoine, ainda em 1903, queixava-se da inexpressividade, da pomposidade, do uso de padrões estereotipados na gesticulação dos atores daquela época, na França. Dizia mesmo que tais atores apenas usavam dois instrumentos na atuação: a voz e a fisionomia. O resto dos seus corpos não participava da ação.

Pioneirismo

Para Antoine, sem dúvida o fundador do teatro moderno, a movimentação do ator é o seu mais intenso meio de expressão. Foi o primeiro a enfatizar a conscientização da Expressão Corporal como um dos meios mais poderosos e intensos da linguagem interpretativa. Com Stanislavski foi salientado o trabalho de dependência do corpo com respeito à alma. Na criação de um papel o ator deveria trabalhar principalmente o seu fluxo interior que criaria a vida do personagem. Isto, é certo, sem esquecer a configuração física externa, que deveria, entretanto, reproduzir o resultado do trabalho criador de suas emoções.

Discordância

Por fim Meyerhold, anteriormente associado a Stanislavski no Teatro de Arte de Moscou, discordou do método psicológico deste e preconizou um outro que denominou de Bio-Mecânica, que tem como objetivo a suprema formação física e social do ator. A missão mais importante do ator seria o domínio absoluto e o uso correto de todos os movimentos do seu corpo. Das experiências de Meyerhold e seus discípulos derivam praticamente todas as correntes avançadas do teatro contemporâneo, bastanto citar, entre as principais, a de Erwin Piscator - que preparou o advento do Teatro Épico, de Bertolt Brecht; o Teatro Total americano e inglês, que tem em Peter Brook sua figura exponencial e, até mesmo, o Teatro do Absurdo descendente das teorizações de Antonin Artaud. Ultimamente o nome de Jerzy Grotowski e seu Teatro Pobre ganhou enorme dimensão. Suas teorizações têm conquistado o apaluso de importantes personalidades do teatro de todo o mundo. Entretanto, a prática do seu método de exercícios físicos, destinados a conquistar o extremo domínio da Expressão Corporal, é, ao nosso ver, excessivamente complexa e extenuante.

Laboratório

Não podemos deixar de nos referir, também, a certos tipos de trabalhos preparatórios, de experiências de grupos de atores, denominados de Laboratórios e destinados a criar o clima propício a integração de cada um nos respectivos papéis. Em alguns casos esses trabalhos tendem a assumir o aspecto de psicodramas, realizados, entretanto, sem a assistência do terapeuta psicodramatista. Esses tipos de experiência podem, em certos casos, desencadear processos neuróticos e, até mesmo, psicóticos em personalidades mais suscetíveis. O psicodrama é um processo de terapia grupal que envolve problemas pertencentes a áreas complexas que somente um especialista com extenso período de treinamento está apto a enfrentar e resolver.

Função

Em resumo, em nosso entender, a Expressão Corporal no teatro tem a função de denotar todas as peculiaridades físicas do personagem, criando uma realidade teatral adequada aos propósitos do espetáculo, de acordo com a concepção original do diretor. Em caso de espetáculos exclusivamente mímicos a técnica a seguir será, obviamente, outra, obedecendo a critérios próprios desse gênero. Em princípio, porém, o treinamento básico, os exercícios físicos, destinados à conquista de uma virtuosidade necessária à representação, são os mesmos.

Princípios

Agora vamos passar a examinar alguns princípios teóricos e práticos cujo conhecimento é indispensável ao treinamento destinado à obtenção de uma Expressão Corporal mais livre, espontânea e adequada a uma personalidade autêntica.

SENTIDO CINESTÉSICO (Percepção do Movimento)

O senso cinestésico é aquele que lhe informa o que seu corpo está realizando no espaço, através da sensação ou percepção do movimento nos seus músculos, tendões e articulações. Assim é que, se você estica o braço você sabe que ele está estendido porque o seu senso cinestésico lhe transmite essa informação. Por outro lado, a memória desses movimentos realizados, de suas diversas formas, é muito mais sensorial, cinestésica, do que propriamente intelectual. Desenvolvendo-se esse tipo de percepção, facilita-se a memorização dos movimentos porque a lembrança cinestésica é global, enquanto que a memória intelectual é feita por partes, é dividida em momentos.
Quando o estudante consegue perceber todas as informações que o seu senso cinestésico pode lhe proporcionar, o que é resultado de estudo e treinamento adequados, o seu próprio auto-conhecimento é grandemente aumentado. Ele percebe quando está usando mais tensão do que a necessária ou quando, pelo contrário, a que está utilizando é insuficiente. Também tem consciência de que sua postura reflete o estado de espírito que ele deseja representar. Se ele realmente treinou devidamente todos os movimentos de forma correta, relembrará quais aqueles que são adequados a determinada postura e estará apto a recriá-los em sua essência. Isto também o ajudará quando em dificuldade emocional, pois já terá aprendido como se comporta o seu corpo ao experimentar determinadas emoções.
Em todo caso, as seguintes perguntas são fundamentais:

1) Sua respiração foi afetada pela emoção?
2) Qual é o centro de tensão em seu corpo?
3) A emoção o faz sentir-se descontraído e expansivo ou fechado e concentrado?

Se o estudante estiver em condições de responder a estas questões, poderá, provavelmente, recriar essa emoção quando quiser. Em qualquer caso, para o ator ou para o estudante da técnica de Expressão Corporal, é da maior importância saber como a emoção o afeta fisicamente.

POSTURA (Equilíbrio Corporal)

O centro de gravidade ou equilíbrio no corpo humano está localizado na região pélvica. As pernas são a estutura que suporta o centro e os pés vem a ser a base desse suporte. A posição ideal é quando se mantém cada parte móvel uma acima da outra para que a linha central de gravidade e o sentido de gravidade passem pela perna e pelos pés. A manutenção de uma postura adequada pode ser conseguida através de um exercício consciente, da prática constante dessa postura até que ela se transforme num hábito e se incorpore definitivamente à maneira de ser, física, da pessoa. Portanto, a correção da postura depende apenas de um esforço próprio.

Finalidade

Os exercícios físicos são utilizados para a seguinte finalidade:

1) Coordenação, flexibilidade, força e resistência;
2) Aperfeiçoar a percepção cinestésica de forma que a pessoa passe a ter consciência permanente das suas ações e gestos;
3) Os exercícios físicos não devem ser encarados como um divertimento ou uma tarefa. Não se deve iniciar exercícios, executá-los por algum tempo e depois esquecê-los. Os exercícios devem ser considerados sempre como um desafio estimulante. Todo mundo pode sempre esticar-se mais um pouco e saltar um pouco mais alto.

LUTAS X BRIGAS

Luta x Briga

Os verbos “lutar” e “brigar” possuem o mesmo significado, aplicados indistintamente, como sinônimos de combater, disputar, contender…
tendo por objetivo expressar a oposição entre dois indivíduos ou a busca de um objetivo por parte de um ser.  
 O verbo “brigar” normalmente é usado para expressar a disputa física ou psicológica as quais ocorrem sem regras, imperando o desrespeito à pessoa oponente .
Quem dessa forma age, procura algo sem se importar com as conseqüências de seus atos e não dá valor aos possíveis efeitos de um briga sem o respeito.
Já o verbo “lutar” apresenta uma característica distinta, pois no caso da luta  está implícito o sentimento de regra, onde a disputa baseia-se no respeito entre as pessoas, bem como com o objetivo desejado.
E isso é facilmente notado, pois o verbo “lutar” é constantemente empregado na busca por objetivos, já o verbo “brigar” acaba por ser empregado no sentido de guerrear,
disputar (física ou psicologicamente) sem regras, podendo causar, ferimentos  físicos ou sentimentais.
 Embora esses verbos possuam o mesmo significado, o emprego deles demonstra  distinção.
 Porém o mais importante desta distinção não é circunscrever ao fato destes verbos apresentarem estas características,
mas sim à forma de como estamos agindo em nossas vidas, se somos brigadores, não respeitando os indivíduos ao nosso redor, a natureza, a até  nós mesmos,
ou se somos lutadores capazes de reconhecer as limitações e virtudes de nossos semelhantes,  respeitar e compreender toda a a natureza e por fim a nós mesmos.
Agindo como briguento, mais que ofender ao mundo externo, nossos semelhantes, estamos ofendendo a nós mesmos, 
mas sendo lutadores, estaremos buscando alcançar objetivos pautados em princípios absolutos e sólidos.


Reflexão


ESPORTE E PAZ

terça-feira, 30 de outubro de 2007

O esporte promove PAZ?


A humanidade busca a paz por meio da política, da religião, dos esportes e até mesmo da guerra. A América, apesar dos conflitos de cunho político, tenta através dos eventos de cunho esportivos estabelecer a harmonia. Nas Olimpíadas de 1932, em Los Angeles, alguns representantes propuseram a criação de uma competição entre todos os países da América. O evento, com intuito de desenvolver o esporte na região, só se concretizou em 1951, em Buenos Aires.
Desde a antiguidade o esporte vem sendo buscado como forma de proporcionar paz e harmonia entre os povos. Os gregos viam nos jogos olímpicos, além da religiosidade, uma maneira de integrar as civilizações. Para o francês Pierre de Fredy, conhecido como Barão de Coubertein, o importante não é vencer, mas competir. E com dignidade. Na década de 50 foram sediados os primeiros Jogos Pan – Americanos que, foram realizados no Rio de Janeiro esse ano.
Os jogos envolvem a participação de vários países incluindo inúmeras modalidades. E em função da grande visibilidade na mídia, eles são frequentemente alvo de várias manifestações. Os investimentos feitos pelo governo, para receber os atletas e os turistas, é um exemplo. Outro caso são as propagandas em torno do Pan, que se intensificaram a medida que este se aproximava.
A idéia de paz não é utópica uma vez que os esportes estão aí para provar isso. Esse é o momento no qual as guerras, diferenças e conflitos são deixados de lado em nome de um ideal: competir. Os gregos já diziam que o esporte é essencial à manutenção de um corpo saudável e a harmonia entre os povos

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

GINÁSTICA NATURAL


GINÁSTICA NATURAL















O que é Ginástica Natural?

A Ginástica Natural tem alguns conceitos e fundamentos de métodos de séculos passados, fundamenta-se nos movimentos naturais do homem primitivo e nas atividades em contato com a natureza , mas seus exercícios para serem praticados ao ar livre e nas aulas para ambientes fechados foram desenvolvidos e adaptados de uma forma única e com influências dos esportes praticados por Álvaro Romano. Com uma movimentação constante e várias combinações de movimentos a Ginástica Natural tem como base a movimentação no solo do jiu-jitsu , os exercícios de força com o peso do próprio corpo , técnicas de alongamento e flexibilidade de forma dinâmica e técnicas de respiração .


São centenas de movimentos , com aulas diferentes a cada dia . Um trabalho completo que desenvolve qualidades físicas como força, flexibilidade, coordenação, e outras e através de técnicas de respiração proporciona ao praticante uma grande evolução no seu controle motor e mental . Romano mantém um treinamento próprio específico e a cada dia novas sequências e exercícios são criados para oferecer aos seus praticantes uma forma diferente e inovadora de conhecer e controlar seu corpo e sua mente.

Álvaro Romano estudou diversas técnicas orientais, como praticante de Hatha Yoga tinha como objetivo melhorar a sua performance como atleta , idealizou um trabalho voltado para o treinamento desportivo , e começou a desenvolver um trabalho próprio , influenciado pela movimentação do solo do jiu- jitsu.
No Studio Pilates você encontra professores licenciados em Ginástica Natural com turmas para iniciantes, intermediários e avançados. Venha conhecer!!

sábado, 21 de abril de 2012

CULTURA E A EDUCAÇÃO FÍSICA

 

A CULTURA E A EDUCAÇÃO FÍSICA

Wilson do Carmo Júnior

Resumo


A cultura contemporânea incorporou um sentido exclusivo para o conceito de Educação Física. Diante da manifestação humana com as práticas corporais, parece-nos que fazer Educação Física transformou-se em cultura antes mesmo que os praticantes pudessem ter consciência desse fenômeno. Com o discurso sobre a prática de atividades físicas, o corpo humano adquire uma forma cultural e vem obedecendo um conjunto de valores e comportamentos que refletem metaforicamente um sentido de sobrevivência. O uso do corpo enquanto atividade cultural atinge o ser humano na sua totalidade? É preciso redescobrir a Educação Física enquanto cultura e a prática enquanto um fundamento legítimo da sua estrutura.

domingo, 15 de abril de 2012

CONCEITO DE EDUCAÇÃO FÍSICA

Mas, afinal, o que é Educação Física?

Uma situação comum na escola: o sinal bate e os alunos ficam contentes porque estão indo para uma aula diferente das outras, divertda e legal: é hora de brincar na aula de Educação Física. Os professores de outras disciplinas ficam preocupados porque, quando voltar para a sala, a turma vai estar irrequieta. Como a matéria não envolve diretamente atividades intelectuais, às vezes até a desdenham, considerando-a secundária. Mas o que seria essa disciplina que agrada tanto os alunos e, algumas vezes, chega a irritar os professores das demais matérias?


Já faz algum tempo que estudiosos da área vem tentando defini-la. Pensou-se em "Educação do Físico". Mas será que ela educa somente a parte física e nada mais, negando valores importantes, como a moral, a cidadania, entre outros? Era uma definição incompleta. Uma linha pedagógica propôs então "Educação pelo Físico", conceito parcialmente correto, pois nessa disciplina realmente ocorre um desenvolvimento educacional do aluno. Mas a Educação Física apresenta particularidades que não se enquadram perfeitamente nas teorias pedagógicas, como, por exemplo, a forte competitividade existente nas práticas esportivas. Além disso, não seria somente o físico o responsável pela educação, e sim a reflexão intelectual que ocorre no momento da atividade física. Outras definições foram formuladas, mas nenhuma que mereça destaque.


Assim, a Educação Física atualmente tem como objeto de estudo "o homem em movimento" e pode ser entendida como uma área que interage com o ser humano em sua totalidade, englobando aspectos biológicos, psicológicos, sociológicos e culturais e a relação entre eles. Por exemplo: quando um professor de Educação Física vai ministrar uma aula, seus alunos não terão que, de uma forma ou de outra, acabar se movimentando? É claro que sim. No entanto, esse professor, competente que é, não vai observar apenas se os alunos estão realizando as atividades adequadamente, mas se eles estão motivados, se participam nas aulas, se as atividades propostas atendem a suas necessidades e, principalmente, se algum aluno aparenta estar com alguma dificuldade - seja esta na sua aula, em outra disciplina, na escola ou até mesmo em casa - que possa estar atrapalhando o processo ensino-aprendizagem. Você já deve ter notado que o bom professor pensa na totalidade que o aluno representa! Ainda nesse mesmo exemplo, vamos supor que o conteúdo da aula era ginástica. As metas traçadas pelo professor poderiam ser desenvolver o preparo físico dos alunos (aspecto biológico), aumentar sua auto-estima através da realização do movimento (aspecto psicológico), melhorar sua sociabilização (aspecto sociológico), realizar atividades conhecidas e aceitas naquela região (aspecto cultural) e, por último, relacionar esses aspectos, lembrando que todos serão trabalhados praticamente ao mesmo tempo.
Como se pode ver, aquela aula que a maioria considera apenas um momento de recreação não é tão simples quanto parece.

 http://www.educacaofisicaescolar.com/2008/06/o-que-educao-fsica.html

 

domingo, 25 de março de 2012

CONCEITO DE ESPORTE

Conceito de esporte:

Esporte é uma atividade física sujeita a determinados regulamentos e que geralmente visa a competição entre praticantes. Para ser esporte tem de haver envolvimento de habilidades e capacidades motoras, regras instituídas por uma confederação regente e competitividade entre opostos. Algumas modalidades esportivas se praticam mediante veículos ou outras máquinas que não requerem realizar esforço, em cujo caso é mais importante a destreza e a concentração do que o exercício físico. Idealmente o esporte diverte e entretém, e constitui uma forma metódica e intensa de um jogo que tende à perfeição e à coordenação do esforço muscular tendo em vista uma melhora física e espiritual do ser humano. As modalidades esportivas podem ser coletivas, duplas ou individuais, mas sempre com um adversário.

Também podemos definir esporte  como um fenômeno sociocultural, que envolve a prática voluntária de atividade predominantemente física competitiva com finalidade recreativa ou profissional, ou predominantemente física não competitiva com finalidade de lazer, contribuindo para a formação, desenvolvimento e/ou aprimoramento físico, intelectual e psíquico de seus praticantes e espectadores. Além de ser uma forma de criar uma identidade esportiva para uma inclusão social.

A atividade esportiva pode ser aplicada ainda na promoção da saúde em âmbito educacional, pela aplicação de conhecimento especializado em complementação a interesses voluntários de uma comunidade não especializada.

"Um desporto PEPB ou esporte PB é uma atividade física sujeita a determinados regulamentos e que geralmente visa a competição entre praticantes. Para ser esporte tem de haver envolvimento de habilidades e capacidades motoras, regras instituídas por um confederação regente e competitividade entre opostos. Algumas modalidades esportivas se praticam mediante veículos ou outras máquinas que não requerem realizar esforço, em cujo caso é mais importante a destreza e a concentração do que o exercício físico. Idealmente o esporte diverte e entretém, e constitui uma forma metódica e intensa de um jogo que tende à perfeição e à coordenação do esforço muscular tendo em vista uma melhora física e espiritual do ser humano. As modalidades esportivas podem ser coletivas, duplas ou individuais, mas sempre com um adversário.

Também podemos definir esporte como um fenômeno sócio-cultural, que envolve a prática voluntária de atividade predominantemente física competitiva com finalidade recreativa ou profissional, ou predominantemente física não competitiva com finalidade de lazer, contribuindo para a formação, desenvolvimento e/ou aprimoramento físico, intelectual e psíquico de seus praticantes e espectadores. Além de ser uma forma de criar uma identidade esportiva para um inclusão social.

A atividade esportiva pode ser aplicada ainda na promoção da saúde em âmbito educacional, pela aplicação de conhecimento especializado em complementação a interesses voluntários de uma comunidade não especializada. (...)"
Fonte(s):

CULTURA CORPORAL

CULTURA CORPORAL:

Esta pesquisa insere-se nas produções sobre a formação da sociedade, educação e Cultura Corporal. As investigações históricas arquivadas como documento em institutos, museus e casas de apoio à cultura oferecem aos pesquisadores e a comunidade em geral a apropriação histórica da cultura baiana. O objetivo do trabalho é estabelecer possibilidades de contato com os registros históricos imagéticos da Cultura baiana, especificamente da Cultura Corporal afrodescendente, a partir da análise iconográfica do arquivo público fotográfico do IRDEB.
O estudo sobre a Cultura Corporal na Bahia faz parte das investigações do grupo de pesquisa que envolve a escola básica, a graduação, a pós-graduação e os professores no projeto sobre a História da Cultura Corporal, Educação, Esporte, Lazer e Sociedade (HCEL), vinculado à Pós Graduação em Educação da Universidade Federal da Bahia pela Linha Educação, Cultura Corporal e Lazer que desenvolve pesquisas históricas sobre a produção do conhecimento, prática pedagógica, política pública e formação de professores.
Nesta perspectiva, este trabalho pretende contribuir para a produção de conhecimento científico a partir do levantamento, análise, sistematização e ampliação para consolidar a base teórico-pedagógica na formação do professor de Educação e de Educação Física e a formação da Identidade Brasileira, considerando a História como matriz científica e afirmando que a produção do conhecimento em educação é um processo social e histórico.

METODOLOGIA:
A pesquisa tem como pressuposto teórico metodológico a concepção de produção científica como possibilidade de intervenção na realidade concreta, através da interação entre os pesquisadores, estudantes de graduação, escola básica, pós-graduação e professores, e o campo empírico, através de observações participantes e propostas de ação crítica na realidade concreta visando à transformação social (Minayo, 1994). Direcionamos o foco investigativo para as manifestações da cultura corporal presente em imagens do arquivo público do IRDEB, por considerá-lo uma instituição com acervo iconográfico relevante para o desenvolvimento de estudos e pesquisa sobre a cultura corporal na Bahia. Desenvolvemos esta pesquisa, através do levantamento e análise iconográfico deste arquivo; catalogação sobre o estado da arte e produção do conhecimento no campo da História da Cultura Corporal, Esporte e Lazer na Bahia; construção do conhecimento histórico baiano e brasileiro a partir da lógica da complexidade científica das áreas da arte, educação e história.

RESULTADOS:
A pesquisa histórica sobre a educação física, esportes e lazer na Bahia, não têm sido abordada como temática central nas linhas e pelos grupos de pesquisa, cadastrados no CNPq da Bahia. A produção bibliográfica investigada nos indica que é necessário desenvolver pesquisas no campo da História da Cultura Corporal da Bahia, pela pouca produtividade nesta área. A construção interdisciplinar do conhecimento científico foi possibilitada pela utilização da lógica da complexidade científica das áreas da arte, educação e história, permite ainda o intercâmbio de diversas áreas na construção interdisciplinar do conhecimento sobre a história da cultura corporal da Bahia Afrodescendente, como o aprofundamento da base teórico metodológica; estudos sobre ser humano a sociedade e a política capitalista; aprofundamento do conhecimento histórico como necessária para a área da formação de professores em educação física; aprofundamento teórico sobre arte, história e iconografia. Neste sentido, a presente pesquisa, indica outras possibilidades de investigação científica, partindo da análise iconográfica em arquivos públicos pela necessidade de desenvolver estudos no campo da História da Cultura Corporal na Bahia Afrodescendente. Dos mais relevantes resultados, apresentamos a riqueza de expressões da Cultura Corporal Baiana Afrodescendente na região do recôncavo baiano, como por exemplo, samba, lundum, caminhadas que simbolizam formas de processamento da produção agrícola da região.

CONCLUSÕES:
Esta pesquisa consolida-se pela necessidade de investigar a História da Cultura Corporal na Bahia Afrodescendente, sendo os resultados da investigação bibliográfica e documental, a identificação de poucas pesquisas realizadas sobre a História da Educação Física, Lazer e Cultura Corporal na Bahia. Portanto, estamos consolidando um grupo interdisciplinar que responda as demandas da temática para contribuir na construção da nossa história da formação da sociedade brasileira com influências culturais, sociais e econômicas de outras nações, com especificidade nacional, expressa inclusive nas manifestações da cultura corporal baiana.
Este estudo abre possibilidades de ampliação da pesquisa iconográfica em arquivos públicos sobre a história da cultura corporal na Bahia, através da leitura de signos e significados, indica igualmente a necessidade de construção de um Centro de Memória sobre a História da Cultura Corporal da Bahia.
Quanto à produção do conhecimento sobre história da cultura corporal na Bahia podemos afirmar que ainda é escassa a investigação sobre este campo de conhecimento, considerando as investigações que este estudo empreendeu. Neste sentido, cabem novos e aprofundados estudos a respeito desta temática para explicitarmos a História de nosso povo e de nosso país. Uma das proposições que já estão sendo empreendidas é o estudo de extensão interdisciplinar na região do recôncavo baiano como possibilidade de valorizar a cultura corporal baiana.

domingo, 18 de março de 2012

FREQUÊNCIA CARDIACA

Toda pessoa habituada a praticar algum tipo de atividade física, certamente já ouviu falar na fórmula 220 – idade. Muito usada para calcular a frequência cardíaca máxima (FC max) e depois estabelecer porcentagens a serem respeitadas para obter benefícios, seja melhorar a condição física ou emagrecer. Além disso, diversos exames físicos também a utilizam para realizar cálculos a respeito da porcentagem máxima de frequência cardíaca atingida nos testes.
A fisiologia do exercício utiliza a fórmula desde o final da década de 30 e ela é frequentemente citada em livros técnicos, revistas e outras publicações. Nunca, porém, explica-se o estudo original que chegou a esta equação.
Apesar de amplamente aceita, a fórmula em questão vem sendo questionada há mais de duas décadas por diversos fisiologistas, por apresentar uma margem de erro grande ao estimar a FCmax. Em geral, os estudos verificaram um erro que varia de 7 a 11 batimentos por minuto, para cima ou para baixo.
Uma leitura mais aprofundada sobre a história desta fórmula mostra que o cálculo não foi construído a partir de um estudo específico, mas através de observações baseadas em levantamentos e anotações científicas não publicados.
Um pesquisador chamado Karvonen teria sido o “inventor” da fórmula 220-idade, mas ele mesmo, ao ser contatado em 2000 por uma publicação científica, declarou que nunca havia concluído qualquer estudo a respeito. Indicou outro pesquisador que havia sido o mentor deste cálculo, doutor Astrand.
Este também foi procurado para prestar esclarecimentos e, da mesma forma, afirmou que não havia publicado nenhum dado que tivesse apresentado esta fórmula. Doutor Astrand comentou que em seus estudos, a fórmula 220-idade chegava a valores próximos de outras equações para a mesma finalidade. O erro destas, no entanto, também seria consideravelmente alto (+-10 batimentos por minuto).
VOCÊ CONTROLA SUA ZONA ALVO DE TREINAMENTO?
Os exercícios de força (com pesos) estimulam o metabolismo e aumentam a massa muscular, tecido metabolicamente ativo e que gasta energia. Já, os exercícios aeróbios (bicicleta, esteira, hidroginástica, caminhada, dança) auxiliam na queima de gordura e no condicionamento cardiovascular. Entretanto, para que a queima de gordura e o condicionamento cardiovascular sejam eficazes e os exercícios exerçam seus reais benefícios, é necessário controlar a frequência cardíaca durante a atividade física. Através desse controle é possível estabelecer a Zona Alvo de Treinamento Individual (frequência cardíaca mínima e máxima durante o treino).




CONTEÚDO 2º ANO, (Jogo e cultura).


Revista Pandora Brasil
Nº 22 - Setembro de 2010
ISSN 2175-3318

“Jogo & Cultura”

Apresentação


O ser humano joga desde sempre. Como afirma Johan Huizinga, no seminal estudo Homo ludens, “é no jogo e pelo jogo que a civilização surge e se desenvolve”. A ideia do jogo para o pensador holandês está associada à pureza do mito, na sua manifestação primitiva, não contaminada por influxos civilizatórios da modernidade que trouxeram a mentalidade individualista exacerbada, o desejo de vencer a qualquer custo, a massacrante rotina de competição que dessacraliza o jogo. Para Huizinga, o jogo situa-se no domínio do sagrado, expressão de uma totalidade cósmica, no qual há uma ordem de natureza comunitária, não individual.

Umberto Eco, em crítica incisiva ao Homo ludens, refuta essa atitude purista no ensaio “Huizinga e o jogo”, pertencente a Sobre os espelhos e outros ensaios. Eco entende que o jogo poderia ter sido examinado como langue e não como parole, competence e não como performance, condenando a ausência de uma gramática, de uma teoria do jogo e do comportamento lúdico. Segundo Eco, Huizinga poderia ter estudado o jogo jogante, o jogo que nos joga, e estuda o jogo jogado, e o hábito de jogar. Determina desse modo, sem sabê-lo, o preço que sua teoria deve pagar por não ter sabido ver o jogo como linguagem e como matriz, assim como a linguagem analisa os meios da linguagem com os próprios meios da linguagem. Eco vai ainda mais longe, ao reprovar Huizinga por este ter desconsiderado as implicações econômicas e sociais do jogo, deixando de lado o instrumental da crítica marxista. Para o ensaísta italiano, o jogo se joga até quando uma das suas formas se levanta contra uma outra para negá-la. Jogo que por si só já é sério, porque é condição da vida social; jogo que não é gratuito porque a desestruturar os jogos ou opções de jogo diferentes está a pressão do momento material, que se dilui em jogo, mas que nasce como coisa bem diferente. No desfecho do seu ensaio, Eco ironiza a afirmação descabida de que o jogo acabou. De acordo com o autor de Obra aberta, é preciso continuar jogando, mesmo sem a ajuda de Huizinga.

O xeque-mate de Umberto Eco avaliza que o jogo continua a ser jogado nos mais diferentes campos da cultura, ideia que se desdobra nesta edição de número 22 da Revista Pandora Brasil.

Assim, a relação entre jogo e linguagem literária é o foco de dois ensaios. O primeiro – “O mito sebastianista no jogo do discurso” –, tendo como perspectiva o aspecto recriador e reprodutor inerente à atividade do jogo, analisa o processo intertextual presente no tratamento dado ao mito sebástico por Almeida Faria, na obra O conquistador. O outro – “O que há de lúdico no poema?” – versa sobre a linguagem poética, concebida como campo de significantes em busca de múltiplos significados, lugar simbólico em que a estrutura lúdica potencializa uma percepção sempre lúcida.

Ainda no campo literário, mas de perspectivas diferentes, temos outras duas reflexões: uma desvela instigante faceta de nosso Monteiro Lobato, na correspondência trocada com Godofredo Rangel: os dois amigos jogaram xadrez postal. No ensaio “Monteiro Lobato, o enxadrista”, o leitor encontrará os lances e o sentido dessa aventura lobateana. Em “O indivíduo heroico e a comunidade”, analisa-se, com base no romance Brazil-Maru, de Karen Tei Yamashita, escritora americana de ascendência japonesa, a função e o sentido que assume o jogo de beisebol na comunidade “Esperança”, criada por imigrantes.

O processo de ensino-aprendizagem de literatura no ciclo básico, de uma perspectiva lúdica, afirma-se como uma abordagem educacional valiosa tanto para o professor quanto para o aluno, por tornar as aulas mais dinâmicas e prazerosas. É o que postulam as autoras do artigo “Ludicidade e literatura: o relato de uma experiência”.

A relação entre jogo e línguas é tratada especificamente em “O jogo da tradução”, ensaio em que a autora, apoiando-se em Huizinga e Caillois, discute as relações que unem o trabalho do tradutor ao do jogador. Afinal, “Em que outra profissão encontrar-se-ia um jogador tão solitário, aplicado e hábil quanto na tradução?”.

O passado e o presente se conjugam nos dois outros artigos. Em “El juego de pelota maya”, tema escolhido para a capa desta edição, a articulista discorre sobre a origem e sentido sagrado do ancestral jogo da civilização maia. E em “O jogo, os jogos sérios e uma nova maneira de interação do homem contemporâneo”, a autora procura mostrar a importância dos videogames no contexto cultural e educacional, refletindo sobre o papel das novas mídias na complexidade do homem contemporâneo.

A questão identitária latino-americana é tratada no ensaio “Performance de la identidad en Macunaíma de Mário de Andrade”, numa abordagem que aponta as diferenças culturais européias e americanas, tão bem articuladas no jogo antropofágico encetado na obra do modernista brasileiro.

Linguagem e futebol é o foco do último texto, sugestiva crônica intitulada “A gorduchinha e a jabulâni”. Traz para o leitor o saber e o sabor do discurso futebolístico, atualizando um tempo de poesia feita com a voz e com os pés.

Dr. Wagner Martins Madeira e Dr. Luiz Camilo Lafalce Coordenadores do Nº 22 "JOGO & CULTURA"