BRINCADEIRAS DE ANTIGAMENTE:
Vocês já
notaram que as brincadeiras de antigamente sumiram? Aliás, é difícil ver uma
criança brincando na rua, interagindo com outras crianças, aprendendo a se
socializar.
Hoje,
vemos crianças, mini adultos, que brincam sim, mas com seus computadores,
celulares e tablets. Socialização? Claro que sim! Para que servem as redes
sociais?! Além disso, os jogos de computador são todos on line! Quer mais
“social” que isso?
Na “minha
época” não era assim. As brincadeiras aconteciam na rua, na praça, no
quintal... aconteciam ao ar livre. As meninas brincavam de pula corda, passa
anel, amarelinha, enquanto os meninos, brincavam de empinar pipa, bolinha de
gude, pião! Claro, todo mundo podia brincar de tudo. Afinal, na brincadeira não
tem distinção. Existia também as brincadeiras em grupo, como cabo de guerra,
esconde esconde, queimada... infinitas possibilidades e muita imaginação.
Imaginação?
As crianças de hoje não aproveitam esse “dom” infantil. No vídeo game esta tudo
pronto, não tem imaginação. É aquilo e ponto.
"Antigamente,
os pequenos se divertiam em espaços públicos e em convivência com várias
crianças. Mas com a modificação da sociedade esses espaços desapareceram e elas
passaram a ficar mais com os brinquedos do que com os amiguinhos",
explica a professora Maria Ângela Barbato Carneiro, coordenadora do Núcleo de
Cultura, Estudos e Pesquisas do Brincar e da Educação Infantil da Pontifícia
Universidade Católica de São Paulo (PUC/SP).
A
brincadeira de rua, além de estimular a socialização, ajuda a desenvolver a
coordenação motora, o equilíbrio, o respeito às regras e o lado intelectual.
Segue algumas brincadeiras que eram muito famosas e queridas, na “minha época”.
Amarelinha
O que é: brincadeira em que as crianças
devem pular casinhas desenhadas no chão.
Acessórios: uma pedrinha ou saquinho de areia.
Como
brincar: desenhe
a amarelinha no chão, indo do número 1 ao 10. As crianças devem decidir quem
vai começar. O escolhido joga a pedra - ou o saquinho de areia - no número 1. A
seguir pula casa por casa com um pé só até chegar ao número 10. Na volta repete
o trajeto, só que pegando a pedrinha. O mesmo deve ser repetido até chegar a
última casa. Perde a vez quem pisar na casa em que está a pedra, pisar na
risca, não pegar a pedra ou errar a casinha na hora de jogar a pedrinha.
Benefícios: desenvolvimento do raciocínio,
coordenação motora, atenção, equilíbrio, noção de espaço e tempo, conhecimento
dos números e habilidade para lidar com regras e limites.
* Cabo de Guerra
O que é: disputa em que crianças puxam
uma corda.
Acessórios: uma corda e um lenço ou pedaço
de tecido.
Como
brincar: amarre o
lenço no meio da corda e divida as crianças em dois grupos. Cada um deve ficar
em um dos lados da corda e puxar com muita força. Ganha quem conseguir deslocar
mais o lenço de lugar.
Benefícios: desenvolvimento do espírito de
equipe, força muscular, concentração e habilidade para lidar com disputa.
* Cabra-cega
O que é: jogo em que uma criança com os
olhos vendados deve achar as outras.
Acessórios: uma venda para olhos, ou uma
tira de tecido de cor escura, ou um lenço.
Como
brincar: depois
de determinado o espaço onde será feita a brincadeira, as crianças devem
sortear quem será a cabra-cega. Em seguida, use o tecido para vendar os olhos
dela. Rodem a cabra e saiam correndo. A cabra deve agarrar alguém e adivinhar
quem é a criança. Se acertar, a criança escolhida será a próxima cabra-cega. Se
errar, o jogo continua.
Benefícios: desenvolvimento da coordenação
motora, atenção e sentido de localização, percepção e discriminação tátil e
auditiva.
* Cinco Marias
O que é: brincadeira em que as crianças
usam saquinhos de arroz para fazer malabarismo.
Acessórios: no mínimo três saquinhos de pano
com arroz ou pedrinhas dentro.
Como
brincar: a
criança joga os saquinhos para o alto. Eles devem ficar onde caírem. O jogador
pega um saquinho e atira para o alto. Antes que caia, ele deve pegar outro
saquinho, e jogá-lo para o alto. Com os dois na mão, agora é hora de jogá-los e
pegar o terceiro saquinho que deve ir para o ar antes de os outros caírem. Quem
acertar tudo ganha um ponto. Quem errar passa a vez para o amigo.
Benefícios: desenvolvimento da coordenação
motora, atenção, concentração, agilidade, mira e distância.
* Barra-manteiga
O que é: brincadeira em que as crianças
devem correr atrás do adversário para aumentar sua equipe.
Acessórios: não há.
Como
brincar: as
crianças devem ser divididas em dois grupos e alinhadas frente a frente numa
distância de, no mínimo, cinco metros. O grupo que começar o jogo escolhe um
membro para se dirigir até a outra equipe. As crianças devem ficar com as mãos
estendidas e as palmas para cima. O adversário, então, canta:
"Barra-manteiga na fuça da nega. Minha mãe bateu nessa daqui". E bate
fortemente na mão de uma delas. Nesse momento, corre em direção à sua fileira
enquanto o que levou a palmada tenta alcançá-la. Se chegar ao seu grupo sem ser
tocada, a criança está salva. Se for pega, deve passar para o outro grupo. A
brincadeira é reiniciada com a criança que levou a palmada. Ganha o grupo que
ficar com o maior número de crianças.
Benefícios: desenvolvimento da força,
equilíbrio, agilidade, concentração, coordenação motora, força muscular,
espírito de equipe e habilidade para lidar com regras e disputa.
* Pula-sela
O que é: também conhecida como pula-mula,
nessa brincadeira as crianças devem saltar sobre um colega fazendo poses
diferentes.
Acessórios: não há.
Como
brincar: escolham
quem será a mãe da mula. Ela, por sua vez, deve escolher quem será a mula. O
escolhido deve abaixar as costas, apoiando com força as mãos nos joelhos. Se as
crianças forem muito pequenas, a mula pode ficar ajoelhada de quatro no chão. A
mãe salta sobre a mula, apoiando as mãos nas costas do amigo. Essa pessoa pode
determinar como será o salto e os outros imitam o que ela faz. Se gritar bife,
significa que as mãos devem ficar abertas. Batatinha é para todos pularem com a
mão fechada. Garra de gavião, a ponta dos dedos finca sobre a sela. Vale também
inventar novas posições. Quem errar é a próxima mula. E quem era a mula será a
mãe.
Benefícios: desenvolvimento do equilíbrio,
coordenação motora, força muscular, agilidade e habilidade para lidar com
regras.
* Corre-cutia
O que é: também conhecida como
lenço-atrás, nessa brincadeira as crianças devem tentar pegar o amigo correndo
em volta de uma roda.
Acessório: um lenço.
Como
brincar: escolha
quem ficará com o lenço. As demais crianças devem ficar sentadas no chão em
forma de roda e com os olhos fechados. Quem estiver com o lenço anda em volta
da roda (pelas costas dos pequenos) enquanto todos cantam: "Corre cutia,
na casa da tia, corre cipó, na casa da avó. Lencinho na mão, caiu no chão, moço
bonito, do meu coração. Posso jogar? Pode!! Ninguém vai olhar? Não!".
Nesse momento, o lencinho é colocado atrás de uma pessoa da roda. Essa criança
tem que pegá-lo e correr atrás de quem o colocou lá antes que o adversário
sente no seu lugar. Se agarrá-lo, a criança vai para o meio da roda.
Benefícios: desenvolvimento da coordenação
motora, equilíbrio, direção, atenção, concentração, esquema corporal, agilidade
e força muscular.
* Elefante colorido
O que é: brincadeira em que as crianças
devem identificar cores em um ambiente.
Acessórios: não há.
Como
brincar: crianças
devem escolher quem será o mestre da brincadeira. Ele, então, grita:
"Elefante colorido". E as outras perguntam: "De que cor?".
O mestre escolhe uma cor e todas as crianças deverão tocar algum objeto na
tonalidade pedida. Se não achar, tem que pagar uma prenda. Pode ser dançar,
cantar, contar uma piada, correr, assim por diante.
Benefícios: desenvolvimento da concentração,
atenção, coordenação motora, conhecimento das cores, discriminação visual e
auditiva.
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“Brincar com crianças não é perder
tempo, é ganhá-lo. Se é triste ver meninos sem escola, mas triste ainda é
vê-los sentados enfileirados em salas sem ar, com exercícios estéreis, sem
valor para a formação do homem.” Carlos Drummond de Andrade
“É muito importante fazer esse
resgate porque as crianças estão seduzidas pela tecnologia de fácil acesso,
então essas brincadeiras movimentam o corpo, propiciam a expressão corporal da
criança e o desenvolvimento psicomotor" Patrícia Ribeiro, professora.
Como brincavam as crianças antigamente e como brincam hoje, considerando
influências sociais e culturais?
De
acordo com o espaço geográfico, físico e a época. Posso afirmar que as crianças
se divertiam muito ao ar livre em contato com a natureza, confeccionando os
próprios brinquedos. Mas por conta das influencias sociais e culturais algumas
brincadeiras foram substituídas.
Com o
passar dos anos as brincadeiras se centralizam em brinquedos industrializados e
eletrônicos.
Atualmente
ao se pensar que uma criança vai brincar na rua logo podemos pensar: no espaço
físico disponível, com quem vão brincar, quando e como brincar?
Mas o
brincar na rua envolve outros questionamentos. Entre eles a preocupação com a
segurança, imediatamente um dos principais prazeres da infância pode ser
negado.
Mas e a
escola? Pode ser um espaço que ofereça oportunidades para brincadeiras? A
resposta é sim. Não só na Educação Infantil como nos anos inicias do Ensino
fundamental.
É
imprescindível que os educadores entendam porque as crianças brincam?Como
brincam? Qual a contribuição do brinquedo nas áreas de desenvolvimento da
linguagem, da sociabilidade, motor, afetivo, cognitivo, para saber como melhor
explorar os brinquedos numa ação pedagógica.
No
fantástico mundo dos brinquedos a criança brinca sozinha e individual, mas ao
brincar em grupo desenvolve-se aprendizagem em diferentes aspectos, como a
construção das relações sociais, cognitivas e afetivas.
Quero
ressaltar que brincar na rua pode ser bem diversificado do brincar na escola.
Entretanto conteúdos pedagógicos podem ser articulados as brincadeiras, porque
aprender brincando é mais prazeroso. Pode ser que as crianças desenvolvam
paixão em aprender. Porque quando fazemos algo por paixão o resultado pode ser
mais eficaz e significativo.